domingo, 21 de outubro de 2012

36 anos da Mostra de Cinema de SP



A segunda quinzena de outubro sempre causa um entusiasmo nos cinéfilos de sp é o período onde acontece a tão esperada Mostra de Cinema de SP. A deste ano será primeira que vai acontecer após a morte do seu criador Leon Cakoff.
Resolvi postar uma pequena memória de alguns filmes que assisti na Mostra.


"O Elemento do Crime" filme de Lars von Trier, primeiro filme que eu assisti desse polêmico e fantástico dinamarquês,  sai do filme com aquela sensação de ter visto uma coisa estranha mas interessante, aliás, a mesma sensação que eu tenho em  quase todos os filmes de von Trier.

O Sacrífio, de Andrei Tarkovski, nunca fui fã da filmografia de Tarkovski, aliás,  está em retrospectiva nesse ano, faz parte da minha seleção pelo lado afetivo, lembro da sessão no antigo Cine Metrópole, uma das sedes mais charmosas por onde a Mostra passou, o filme foi um sacríficio, pero, a companhia....hehehe.


Rosa Luxemburgo, de Margarethe von Trotta um lindo filme que retrata a líder comunista que com firmeza e sutileza enfrentou Lênin e o conservadorismo alemão pré República de Weimar e o Nazismo.



Capitães de Abril, de Maria de Medeiros, o relato da Revolução dos Cravos, em Portugal, minha descoberta de Maria de Medeiros e da minha identidade lusitana.

Depois do Metrópole, um desses maravilhosos cinemas fora de shopping que foi fechado,  meu lugar predileto para assistir filmes da Mostra é a sala BNDES da Cinemateca, umas das salas mais belas de sp. Foi lá que eu assisti o ano passado "Os hipopótamos de Pablo Escobar" e que devo assistir alguma novidade nessa edição.



domingo, 14 de outubro de 2012

Arthur Bispo do Rosário na Trigésima Bienal

Um dos destaques da Trigésima Bienal de São Paulo é um conjunto de 348 obras de Arthur Bispo do Rosário. Sergipano, de Japaratuba, virou marinheiro no RJ e passou meio século internado em um hospital psiquiátrico ( Colônia Juliano Moreira ).

Produziu sua obra com a total ausência de formação acadêmica e excluído do convívio social, dentro da Colônia Juliano Moreira reprocessava os objetos que chegavam até ele. Desfiava o seu próprio vestuário para usar como linha, que bordava lençóis, cobertores, jaquetas.Reunia série de objetos reprocessando o significado, como a imagem acima, dos diversos Congas usados pelos internos, o que seria o signo da igualdade, os Congas tornam-se um estandarte.

Nos anos 80 com o olhar da arte contemporânea e a antipsiquiatria Bispo do Rosário e reconhecido como artista, em 82 participa de sua primeira exposição "A Margem da Vida" no Museu de Arte Moderna do RJ.Após sua morte, em 89, ganha reconhecimento internacional, e em 1995 representa o Brasil na Bienal de Veneza.
Arte e loucura; delírio e processo de criação; a coleção de objetos em desuso, rejeitados pela sociedade e o centro da sua arte, como ele que também foi rejeitado, vivendo mais de 50 anos isolado no hospício.


Visite a Bienal de SP, tente decodificar o universo de Arthur Bispo do Rosário, a sanidade da loucura. Seja feliz!!