sábado, 28 de dezembro de 2013

Nós Formigas - Cildo Meireles


Cildo Meireles está com uma exposição de suas obras no Museu Serralves até 26 de janeiro de 2014. Uma grande oportunidade para ter contato com a interpretação crítica que ela faz do mundo contemporâneo. A exposição esteve antes no Reina Sofia ( Madrid ) e Hangarbicocca ( Milão ). No Brasil não tenho informação de nenhuma previsão, o catálogo da exposição será lançado pela Editora Cosac Naify.

Umas das formas de sedução da arte de Cildo é a inversão de expectativas: "Nós formigas" é uma instalação onde uma grua sustenta um cubo de pedra sobre uma câmara escavada no solo que é o local de observação da obra. Na base do cubo foi instalado uma colônia de cerca de 100 mil térmitas ( cupins ). Uma inversão: o visitante encontra-se como uma formiga no chão debaixo dos insetos. Antes de entrar na câmara escavada o visitante assina um termo de responsabilidade pela exposição ao risco, impossível não lembrar da grua odbrechet corinthiana de Itaquera.


Nos anos 70 do século XX Cildo desenvolveu uma série de intervenções críticas ao sistema econômico e político denominada  "Inserções em circuitos ideológicos" onde a denúncia ao assassinato de Herzog e influência americana eram apresentados de formas inesperadas:



Em Amerikka a crítica a sociedade norte americana é colocada de forma explícita no título com os três KKK, para lembrar aquela famigerada organização racista. Nesta instalação dialogam um tapete com mais de 20 mil ovos de madeira ( Ovo do Colombo ) sobreposto por uma placa com 70 mil balas para pistolas e metralhadoras, referência ao belicismo da política  norte americana. 


Como diz uma amiga minha " não é acaso que o Cildo é o único brasileiro vivo que teve uma retrospectiva de sua obra no Tate Modern ". Não é preciso ir para o Porto, no Serralves, ver Cildo, o Inhotim tem um pavilhão todo dedicado à sua obra, bem aqui em MG.



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Fundação de Serralves - Arte Contemporânea no Porto


No final da década de 80 do século passado, o governo português deu os primeiros passos para constituir um novo espaço para a arte contemporânea na cidade do Porto, com auxilio de recursos da comunidade européia foi adquirida uma Quinta de Recreio, em região nobre da cidade, uma quinta que tinha sido propriedade de grandes empresários do ramo têxtil portuense.

A Fundação de Serralves é articulada por três espaços:


 A Casa, que foi construída na década de 20, no espírito Art Déco, buscando uma visão de modernidade da burguesia portuense, representado por um classicismo depurado. Os jardins da casa realizam uma ponte entre neoclassicismo e o moderno foi projetado pelo francês  Jacques Gréber.


Mata Sete é um espaço de 18 hectares dentro da Quinta de Serralves que articula todo um polo de pesquisa científica e educação sobre a bio diversidade. Criando um elo entre a discussão ambiental e a arte contemporânea, similar ao existente no Inhotim, Brumadinho-MG.


O Museu de Serralves, projetado  pelo arquiteto portuense Alvaro Siza Vieira ( autor do projeto da Fundação Iberê Camargo - em Porto Alegre ) foi inaugurado em 1999 fecha o triângulo onde estrutura-se a Quinta de Serralves. Dedicado a arte contemporânea, realizando um diálogo permanente entre contextos artístico portugueses e internacionais. A própria arquitetura do museu se constitui como elemento em exposição pelo que dela emana, comunica e seduz.


Serralves é uma marco na arte contemporânea no norte de Portugal, tornado-se visita obrigatória para todos que admiram o belo.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Paulinho Perna Torta um conto de João Antonio



Nasci em 1963, portanto acabei de virar um cinquentenário. Melancolia jogada ao mar, fiquei surpreendido com alguns eventos literários que ocorreram naquele ano: "Jogos da Amarelinha", de Júlio Cortázar, foi lançado e dois importantes escritores brasileiros publicaram seu primeiro livro, Rubem Fonseca com "Os prisioneiros" e João Antônio com "Malagueta, Perú e Bacanaço".

João Antonio, por motivos óbvios, foi um cara que sempre chamou minha atenção. Nasceu no bairro de Presidente Altino, em 1937, que  pertencia a cidade de São Paulo , porém, com a emancipação de Osasco, em 1962, esse bairro deixou de ser paulistano para pertencer a nova cidade. Mudou-se para o Rio de Janeiro, que foi cenário de vários de seus contos. São Paulo esta presente em seus textos iniciais, como o premiado "Malagueta, Perú e Bacanaço" e o conto "Paulinho Perna Torta", publicado na década de 70, dentro do seu livro "Leão de Chácara".

João Antonio faz parte de um time da literatura brasileira, um time que gosta de expressar os odores da rua, as dores dos que vivem a margem, os amores e lirismo daqueles que a sociedade segrega e renega. Um time de escritores como João do Rio, Lima Barreto, Plínio Marcos, etc.

Paulinho Perna Torta narra a trajetória de um menino abandonado a sua sorte na Boca do Lixo, na São Paulo dos anos 50, que faz o percurso de engraxate explorado na Estação da Luz  a chefe da malandragem paulistana.Um roteiro pelas ruas do centro de São Paulo, pela Luz, Bom Retiro, Campos Elísios. Um espaço urbano atualmente apodrecido e desejado pelo mercado imobiliário para ser um novo centro da São Paulo do século XXI.

João Antonio tinha um percepção bem clara sobre o poder da linguagem e a disputa social,  ele deixa isso bem evidente quando fala sobre  a gíria:

"nos guetos onde vivem essas populações, nos morros, nas favelas, mais principalmente nas cadeias, nos hospícios, surge uma nova língua para desnortear os perseguidores. Então, enquanto essa gíria é um código, ela é uma gíria que tem uma força tremenda. Quando cai de posse da classe média ela começa a perder a força, inclusive porque se torna manjada".

Ler João Antonio alimenta a alma, com uma pegada simples e eficiente. A felicidade de Paulino Perna Torta é andar com sua bicicleta pelas ruas do Bom Retiro até o Pacaembu, sentindo o vento batendo contra o rosto e revivendo a São Paulo dos anos 50 do século passado.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Brilho das Cidades / A Rota do Azulejo


Azulejo é uma placa de cerâmica, com uma das faces revestida por uma superfície vidrada. Uma definição simples, uma técnica que atravessa milênios e culturas de grande diversidade. Foi essa história do Egito aos dias atuais que a Fundação Calouste Gulbenkian mostra na exposição "O Brilho das cidades - A Rota do Azulejo".
Este percurso foi organizado em cinco temas ou momentos:

I - Nas Origens


No Egito, na Mesopotâmia, na Assíria e na Pérsia surgiram as primeiras utilizações de cerâmica vidrada como revestimento.

II - Paredes que falam



Durante a Idade Média, o Islamismo e o Cristianismo encontram nos textos sagrados não só a base das suas crenças, como também um terreno fecundo para a expressão estética.

III - Ornato e Mensagem


As mensagens alfabéticas ou simbólicas podem ser lidas e interpretadas, também os ornamentos informam sobre os povos e as suas culturas.

IV Poéticas Narrativas




Painéis de azulejo que representam mitos da antiguidade clássica, histórias bíblicas, grandes heróis da literatura, paraísos perdidos e desejados e também as pequenas histórias cotidianas.

V O azulejo sob o signo do Progresso / séculos XIX  e XX


Máquinas e processos industriais aplicadas à cerâmica permitem o aumento extraordinário do uso da produção do azulejo. O azulejo é parte da moderna arquitetura e da paisagem urbana.

Veja mais no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=AnMBhVPbRZw#t=11


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Fundação Iberê Camargo uma obra fascinante de Siza Vieira


Siza Vieira é um expoente da arquitetura contemporânea portuguesa, a cidade do Porto tem várias de suas obras, uma das mais marcantes é o Museu de Serralves, aqui no Brasil ele deixou sua marca em Porto Alegre, o prédio da Fundação Iberê Camargo é de sua autoria. A Fundação é o museu de arte contemporânea de Porto Alegre, é onde a arte pulsa  no sul do Brasil.

As margens do Guaíba, longe do centro de Porto Alegre, sua arquitetura impacta, os corredores de acesso entre os andares, tem janelas que além de ter um importante papel de iluminação, viram verdadeiras telas da orla do Guaíba.


 Curvas sedutoras conectam os 3 andares do edifício da Fundação Iberê Camargo


Na minha recente visita a Fundação estavam em cartaz três exposições: "O Carretel - meu personagem" que revelava a importância da temática do carretel na obra de Iberê Camargo;  "A pintura é que é isto"  que revela toda a riqueza do cromatismo de Paulo Pasta e a surpreendente "Gramática Intuitiva" de Elida Tessler.


Elida cria um jogo com a linguagem, dialogando com a relação entre visível e o dizível, entre a linguagem e a imagem.
Brinca com clássicos da literatura como em "O homem sem qualidades caça palavras" onde no jogo de caça palavras busca pedaços de textos do "O Homem sem Qualidade" do austríaco Robert Musil.
Elida Tessler é professora da UFRS  e com sua obra de conteúdo altamente provocador e reflexivo merece maior reconhecimento no cenário da arte contemporânea brasileira.


sábado, 27 de julho de 2013

O Olho de Niemeyer, em Curitiba, mostra a maciez de Leda Catunda


Niemeyer deixou sua marca genial em Curitiba, o "Olho", o prédio do Museu Oscar Niemeyer, o edifício tem três pavimentos e um anexo fantástico que nomina toda a obra. O projeto foi realizado em 1967, na década de 70 foi inaugurado com funções administrativas e no início do século XXI foi construído o "Olho" e virou um museu de arte contemporânea.

Nesta minha passagem por Curitiba, o Museu Oscar Niemeyer - MON apresentava uma exposição que fez muito sucesso no Centro Cultura Banco do Brasil, em São Paulo, do holandês Escher. A exposição conta 85 obras desse mago da ilusão de ótica, que de forma lúdica brinca com a percepção do público, utilizando-se de uma série de efeito óticos e espelhamentos.


O meu maior prazer aconteceu com a exposição de Leda Catunda, que apresenta 18 pinturas recentes. Leda expoente paulistana da "Geração  80" coloca sua conhecida "poética da maciez" para trabalhar tendo como tema o mundo esportivo. Intervenções em camisas de futebol, de esportes radicais e até uma bela  homenagem para o seu time de coração: o Santos.


É redundante mas extremamente verdadeiro dizer que  Leda Catunda produz uma obra que é para olhar com as mãos, sentir a maciez de suas texturas, de sua criatividade.




terça-feira, 16 de julho de 2013

Lucian Freud - O incômodo da arte


O tradicional julho de férias faz com que São Paulo oferte uma diversidade de atrações culturais, isso não é diferente no circuito de artes plásticas da cidade, várias exposições são abertas  neste período. O Masp reservou para essa data a primeira exposição de Lucian Freud no Brasil, são 6 pinturas, 44 gravuras além de 28 fotografias de David Dawson  sobre Lucian.


Lucian Freud é alemão, nascido em Berlim, mas fugindo do nazismo foi para Londres e foi lá que fez sua formação e carreira. O figurativismo que foi aniquilado pela abstracionismo ressurge em sua obra com todos os detalhes interiores e exteriores. Veja o quadro acima, "Jovem com rosas" em que o espinhos estão quase com o mesmo destaque que a rosa.


Lucian Freud registrava o "barro humano", como  ele mesmo dizia " retrato as pessoas não pelo que elas parecem ser , e não tanto apesar do modo como se parecem, mas do modo como elas soem ser".


Obsessivo com seus modelos chegava a insanidade, a museóloga Ria Kirby posou para ele fazer uma tela por 16 meses, sete noites por semana, cinco horas por dia. Nesse enlouquecido processo de trabalho revelava em suas obras os segredos de seus modelos, os segredos do envelhecimento, da feiura, segundo um modelo de Freud " ele revelava todas as imperfeições e degenerações que eu imaginava estar escondendo do mundo".

Até a Rainha Elizabeth foi objeto dos pincéis de Lucian Freud, que não leva esse sobrenome por acaso, é neto de Sigmund Freud, e herdou dele esse olhar para dentro do ser, revelando o que estava escondido.

Lucian Freud - Corpos e Rostos
Masp
até o dia 13/10/13
as terças-feiras a entrada é gratuita.

domingo, 7 de julho de 2013

Arquitetura brasileira vista por grandes fotógrafos



Domingão ensolarado e seco em São Paulo, dia de andar e vivenciar o que está cidade tem de melhor: sua diversidade e infinidade de eventos. Depois de saciar a gula na Feira Gastronômica O Mercado, que estava no Mercado de Pinheiros,  o destino seguinte foi o Instituto Tomie Ohtake.

O Tomie está com 4 exposições em cartaz, duas de fotografias: "Arquitetura brasileira vista por grandes fotografos" e "BES Photo 2013".


Ícones da arquitetura brasileira, do século XX ,registrada por 27 fotógrafos, as lentes de Cristiano Mascaro, Thomaz Farkas, Bob Wolfenson, Nelson Kon entre outros revelam 18 projetos que tiveram grande influência no país e  no mundo.


Uma sala da exposição e totalmente dedicada a escadas e rampas, verdadeiros desafios para os arquitetos são documentados em toda sua devastadora beleza pelos fotógrafos.


"Essa exposição é dedicada aos fotógrafos que nos ajudam a descobrir, apreciar e eventualmente amar a arquitetura, e ao público que, cada vez mais, tem demonstrado identificar a fotografia e a arquitetura como duas manifestações artísticas mais marcantes do século XXI"
André Corrêa do Lago - Curador da exposição.


A exposição está em cartaz no Tomie Ohtake até o dia 21/07/2013, vale a pena!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Maria de Medeiros com Pássaros Eternos em São Paulo

No meio de um preguiçoso feriado prolongado, li que Maria de Medeiros iria apresentar no SESC Santana o seu novo trabalho "Pássaros Eternos, arrisquei-me ir até a uma unidade SESC é bingo!! consegui comprar os convites. O show seria apenas esta semana, a partir do dia 7/6 ela continuará no SESC mas como atriz, na peça "Aos Nossos Filhos" junto com Laura Castro e direção de João das Neves.

Maria de Medeiros é muito versátil, atriz, cantora e cineasta, tem no seu currículo clássicos como ter sido atriz de "Pulp Fiction '( Tarantino ) , dirigido e atuado em "Capitães de Abril" e com Pássaros Eternos soma 3 trabalhos na sua discografia.



Pássaros Eternos é Maria de Medeiros compositora, quase todas as faixas são de sua autoria, e ela vai deixando sua marca, a crise europeia aparece nos seus versos, em "Nasce o dia na cidade"

" Agora cortam as verbas
  Agora somem salários
  Agora caem as bolsas
  E choram os milionários
  Agora fecham fronteiras
  Agora buscam culpados
  Agora içam bandeiras
  E crescem os indignados"

Mesmo quando utiliza a sutileza do  poema "Por delicadeza" , de Sophia Andresen, a imagem fica presente:

"Juventude ociosa
 Por tudo iludida
 Por delicadeza
 Perdi minha vida"


"Trapichana"  é a saga de um andaluz seduzido pelos trópicos, onde virou carioca e mistura a guitarra flamenca com os rojões pelo Flamengo, mas quando bate a saudade:

"Ai o Trapichana não se engana
E é nos braços de café de uma Ana
Que ele dança o samba e sapateia Olé!"

E termina de forma surpreendente fazendo uma releitura de um clássico punk, "Should I Stay or Should I Go", do The Clash.



Esse alimento fino para alma que é Pássaros Eternos conta ainda com diversas ilustrações, destaque para iraniana Marjane Satrapi, autora de Persépolis, que ilustra a faixa "Noite" uma homenagem a Madrid, que Maria estende também a Baixa Augusta.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

SP Arte de Rua e Espaço Urbano


São Paulo é um espaço urbano em eterna disputa. Vibra, pulsa e apaixona os fatos e as contradições que são vivenciadas nesta cidade.

O MAM, no Parque do Ibirapuera, realiza uma bela exposição sobre a obra de Alex Vallauri, um pioneiro na arte de rua, que deixou suas marcas nos muros de SP nas décadas de 70/80 do século passado.


 A partir de Vallauri em São Paulo criou uma verdadeira escola de grandes grafiteiros, muitos com reconhecimento internacional,  adoro Osgemeos, Zezão e Daniel Melim , cada um  com seu estilo deixa marcas artísticas na cinza cidade.


Sempre essa relação dos artista com a cidade esbarra no poder público, que  com sua incompetência e ignorância apaga as marcas que alegram a cidade.






 Imensa contradição: enquanto o espaço fechado de um museu homenageia  o grafite, nas ruas a perseguição ainda continua. Bola fora Prefeito!




" O grafite é feito para ser visto nas ruas, em movimento e sem muita atenção. O grafite deslocado para uma exposição fechada propõe outro diálogo com o espectador e, no recinto fechado, as obras tornam-se audaciosas e críticas." 
Alex Vallauri


quarta-feira, 1 de maio de 2013

MAC no antigo prédio do Detran



Demorei muito para ir conhecer o novo endereço do Museu de Arte Contemporânea da USP, agora instalado no antigo prédio do Detran. Aproveitei a abertura de duas novas exposições para conferir suas novas instalações.

"Di Humanista" reúne 67 trabalhos de Di Cavalcanti e "O Antes, O Agora" sintetiza obras consagradas do acervo do museu, com Anita Malfatti ( A Boba, imagem acima ) , Tarsila do Amaral, Cildo Meireles, Picasso, Modigliani e etc...Leituras interessantes proporcionada pelo curador Tadeu Chiarelli.

Tenho que reconhecer que mais deslumbrou neste primeiro encontro do MAC na sua nova sede foi o terraço do oitavo andar do prédio, com uma deslumbrante vista para a cidade. Revelando o cafezal do Instituto Biológico, um cenário de contraste uma exuberante vegetação, emoldurada pelos prédios da região, onde projetistas buscam a vista do Ibirapuera como as plantas buscam o sol.


Observar por outro ângulo as curvas da Marquise do Ibirapuera conectando o prédio da Bienal, a Oca e o Auditório, as formas de Niemeyer e suas curvas saltando no meio da vegetação e da opressiva quantidade de carros estacionados no Parque.


O terraço da nova sede do MAC - USP tem tudo para virar um fascinante miradouro de São Paulo.